“São direitos humanos que estão em jogo”, diz Dom Antônio Carlos sobre luta dos agricultores de Oiticicas‏

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O bispo da Diocese de Caicó, Dom Antônio Carlos teve um encontro, na tarde deste domingo (01) com os moradores do Distrito de Barra de Santana, e demais agricultores que integram o Movimento dos Atingidos e Atingidas pela construção da Barragem de Oiticicas. Carlos ouviu a comunidade sobre a paralisação das obras, e fez questão de destacar o cenário e momento conturbado que vive o Brasil.

Vim um pouco para ajudá-los a perceber o momento em que estão vivendo, ser realista para não criar falsas expectativas, mas ao mesmo tempo convidá-los a não perder as esperanças. O movimento é deles, eles é quem tem que decidir o que é melhor pra eles, e a função da Igreja é apoiá-los a não se dividir, lutar pelos seus direitos e não serem manipulados”.

Outra preocupação colocada por Dom Antônio Carlos, durante a reunião com os agricultores de Barra de Santana, foi a dificuldade de dialogar com o Governo Federal, em um momento onde não se prioriza mais nada no cenário político nacional, que não seja a votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. 

Quem vai ser o interlocutor nesse momento, já que tudo indica que o impeachment vai adiante, e a presidenta será afastada por seis meses, vamos ter um interlocutor provisório por seis meses? Depois desse período quem será nosso interlocutor? Todos nós sabemos que nesse momento o julgamento da conjuntura nacional é muito mais técnico do que politico. E quando todos os holofotes estão voltados para o impeachment e, depois as eleições municipais, e o risco é que luta como essas possam ficar à sombra”, destacou.

Dom Antônio fez questão de reforçar que o Movimento dos Atingidos e Atingidas não é contra a barragem, e disse que a Igreja Católica, através da Diocese de Caicó não poderia ter outra postura, que não fosse de apoio à luta dos agricultores pela garantia de seus direitos sociais. “Quem pode ser contra uma barragem numa área seca como a nossa? O que eles estão dizendo é que a obra não pode avançar sem respeitar os direitos deles. A obra física está bem avançada, mas o que foi feito com relação à nova Barra de Santana, o cemitério, a agrovila? São direitos humanos que estão em jogo”, finalizou.

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