Seminovos superam modelos zero quilômetro na preferência nacional
Dois mil e quinze foi o ano do carro usado. Com a crise econômica, o modelo zero quilômetro perdeu a preferência nacional, mas não foi só o preço que conquistou o brasileiro. Renato esperou janeiro para comprar o carro zero: “Quando vira o ano, sempre aparece ne alguma oferta, alguma coisa”.
Ele pensou certinho. Para esvaziar os estoques, as concessionárias estão fazendo uma espécie de “liquidação” de carros novos. O desconto pode chegar a R$ 10 mil. O Caio ainda deu o usado na troca: “A avaliação foi bastante justa e tem bastante modelo do carro aqui, acho que dá para escolher um que encaixar no orçamento”, conta Caio Antônio, autônomo.
Nesse ritmo, a concessionária começou 2016 bem melhor do que terminou 2015, um ano que só não foi pior por causa da venda de usados. No ano passado, foram vendidos mais de 4 milhões de veículos seminovos no Brasil, segundo a associação nacional do setor. É mais de 1 milhão a mais que em 2014.
“No ano passado teve muitas vendas com cliente com o carro de valor mais alto, trocando por um seminovo de menor valor para pegar o dinheiro de volta”, explica Silvana Arruda Gomes, gerente de concessionária.
Quem não faz questão do cheirinho de carro novo, economiza. Por exemplo: um modelo zero quilômetro custa R$ 48.990. O mesmo modelo com oito meses de uso é um seminovo de 2015. Por isso, o preço caiu pra R$ 43.990. São R$ 5 mil a menos. A economia é ainda maior, porque no caso dos seminovos o IPVA é da concessionaria. Pelo menos, a primeira parcela. Se fosse zero, pra pagar o imposto e ainda emplacar, o dono gastaria mais uns R$ 3 mil.
Sabe em quanto tempo o carro foi vendido? Três dias! Alexandre está atrás de uma caminhonete para a oficina dele. “Eu deixo até o nome aqui, quando eles tiverem algum carro de baixa quilometragem, me ligam”, diz Alexandre Sales, empresário.
Pode esperar o telefone tocar Luciano, porque novo ou usado, todo mundo está querendo fazer negócio.
“A gente não perde venda. Até pelo o que a gente passou em 2015. Às vezes, em 2015, muita gente quis segurar uma lucratividade um pouquinho maior e acabou perdendo. Hoje, não perde por nada”, conta Rodrigo Gomes de Sousa, gerente.
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