Sobe para 183 o nº de mortos após chuvas na Europa

Foto: Thilo Schmuelgen/Reuters

Ao menos 183 pessoas morreram e milhares estão desaparecidas devido às chuvas dos últimos dias na Europa, que estão fazendo os rios transbordarem e levarem tudo pelo caminho principalmente na Alemanha e na Bélgica, segundo as autoridades locais.

O país mais afetado é a Alemanha, onde 156 mortes foram confirmadas até o momento e cerca de 1,3 mil pessoas estão desaparecidas apenas em um distrito ao sul de Colônia, no oeste do país.

A chanceler Angela Merkel começou neste domingo a percorrer áreas devastadas pelas inundações. “É uma situação surreal e fantasmagórica”, disse a Merkel em entrevista coletiva. “Diria até que o idioma alemão tem dificuldade em encontrar palavras para descrever a devastação que foi causada.”

O que se sabe até o momento:

  • 156 mortos na Alemanha (110 no estado da Renânia-Palatinado e 46 no estado da Renânia do Norte-Vestfália)
  • 1,3 mil pessoas desaparecidas no distrito de Ahrweiler, na Renânia do Norte-Vestfália, a cerca de 40 km ao sul da cidade de Colônia
  • 27 mortos e ao menos 20 desaparecidos na Bélgica
  • 114 mil casas sem energia na Alemanha, segundo a maior empresa de distribuição do país
  • O desastre já é tratado como o na Alemanha desde 1962 (quando uma enchente no Mar do Norte deixou cerca de 340 mortos) e a maior quantidade de chuva no país em um século.

As inundações no rio Elba, que em 2002 foram anunciadas como “inundações que acontecem uma vez por século”, mataram 21 pessoas no leste da Alemanha e mais de 100 em toda a Europa.

As chuvas deste ano têm afetado também a Bélgica, onde 27 pessoas morreram e 20 estão desaparecidas, e Holanda, França e Luxemburgo em menor intensidade.

O número de vítimas pode ainda aumentar após relatos de deslizamentos de terra e casas sendo arrastadas pelos rios ou desabando devido à força da água na sexta-feira (16).

Imagens áreas divulgadas pelas autoridades do distrito de Colônia, na Alemanha, mostram uma cratera formada por um deslizamento de terra imenso, que arrastou lama e destroços (veja acima).

Na Alemanha, as cidades e vilas mais afetadas estão no curso do rio Ahr, que nasce quase na fronteira com a Bélgica e deságua no rio Reno. O vale do rio Ahr é famoso pela produção de vinho tinto, e a cidade mais importante da região é Bad Neuenahr-Ahrweiler.Na Bélgica, a região mais afetada é a Valônia, cuja principal cidade é Liège. Os maiores estragos estão em cidades e vilas ao longo do rio Mosa, que nasce na França, passa pelo país e adentra a Holanda, e também do rio Vesdre, perto da fronteira com a Alemanha.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu na sexta um firme comprometimento com a luta contra as mudanças climáticas e afirmou que esta é a única alternativa para frear fenômenos meteorológicos extremos, como as chuvas intensas que castigam o país.

“Apenas se nos comprometermos de forma resoluta com a luta contra as mudanças climáticas poderemos controlar condições meteorológicas extremas como as que vivemos atualmente”, afirmou Steinmeier em um pronunciamento, em que disse estar “profundamente arrasado” pela tragédia.

A chanceler Angela Merkel havia dito na quinta-feira (15) que os extremos climáticos estão se tornando mais frequentes, o que requer ações para conter o aquecimento global. “Pequenos rios se transformaram em torrentes inundadas e devastadoras”. Veja mais aqui

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