Milícia Privada de João Dias: Grupo tentou liberar armamento pesado via deputado Ivanilson: “a gente quer ir embora com nossas armas, doutor”


Um dos membros do grupo pedia urgência para o deputado intervir na liberação das armas

Não pense que está tudo a mil maravilhas na cidade de João Dias, interior do Rio Grande do Norte, que não está. Diálogos do processo onde investigados presos por integrarem uma “milícia privada”, segundo a Polícia Civil, incluindo o irmão do prefeito Marcelo Oliveira (ass4ss1nado em atividade de campanha), mostram que o grupo de 10 pessoas tentou liberar armamento via deputado Ivanilson Oliveira.

Analisamos os diálogos que estão no processo e que foram extraídos de celulares (whatsapp) de integrantes do grupo preso com 13 armas de fogo, incluindo Fuzil cal. 5,56 e Escopeta C.12, no mesmo dia da morte do prefeito. Esse grupo, chamado pela polícia de “milícia privada”, se juntou para “vingar” a morte de Marcelo Oliveira, contudo foi interceptado, preso e teve todo o armamento apreendido.

No troca troca de mensagens entre um dos integrantes do grupo “milícia privada” (identificado como Rômulo e que segundo a Polícia Civil trata-se de um PM) e Ivan, filho do deputado Ivanilson Oliveira, além do próprio parlamentar, o lema era só um: “a gente quer ir embora com nossas armas, doutor”. Não ficou claro até que ponto o deputado se envolveu para liberar as armas, mas ele chegou a tentar.

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Grupo que planejava v1ngança em João Dias é posto em liberdade; População teme o pior, enquanto a polícia entra em alerta máximo


Um grupo com dez homens que foi preso ostentando 13 armas de fogo, incluindo fuzis, no mesmo dia da morte do prefeito João Dias, Marcelo Oliveira, foi posto em liberdade na última semana. Para a Polícia Civil, os homens formam uma MILÍCIA PRIVADA (veja aqui) e estavam se preparando para vingança.

De acordo com a Polícia Civil, mensagens captadas pela investigação apontaram que o ex-chefe de gabinete José Jair de Oliveira, irmão do prefeito e apontado chefe da milícia privada que se preparava para vingar a morte de Marcelo Oliveira, seu irmão, negociava armas de fogo de diferentes calibres.

Ainda de acordo com o trabalho minucioso da Polícia Civil, Marcelo Linhares, que hoje é o presidente da Câmara Municipal de João Dias, foi interceptado nessas conversas e nelas mostrava interesse em trocar o seu armamento, uma pistola calibre 380 por um Revólver Magnum com calibre .357, de uso restrito.

Em uma segunda conversa interceptada entre José Jair e Marcelo Linhares, é possível registrar o pedido de um “pente”, termo usado para quem se refere a um carregador de arma de fogo, o que segundo a Polícia Civil, reforça a tese de envolvimento do ex-chefe de gabinete da prefeitura com venda de armas.

Em um vídeo que circulou na imprensa, Helena Oliveira, esposa de José Jair, reforçou que o marido estava acompanhado de nove pessoas, todas armadas, ratificando as informações da investigação que apontaram Milícia Privada, no entanto, segundo ela, a justiça não acatou o que dizia o inquérito policial.

“Eles foram acusados de formar uma Milícia Privada, mas a acusação não se sustentou. O Ministério Público, da Vara Especializada em Natal, arquivou a acusação e o processo volta novamente para Alexandria, só que quando o processo volta, o MP de Lá substituiu a acusação por Associação Criminosa”.

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João Dias, o outro lado da história


Prefeitura de João Dias era apenas um “escudo” do poder bélico de uma “milícia armada privada”, segundo investigação da Polícia Civil.

Entenda

No dia que Marcelo e seu pai Sandi Alves foram mortos, na terça-feira da semana que passou, 10 (dez) homens foram presos em dois carros (armados até os dentes) pela Polícia Civil. Entre os presos estava JOSÉ JAIR DE OLIVEIRA, o então chefe de gabinete na prefeitura de João Dias e irmão do prefeito assassinado.

No comboio também estava Antônio Marcos, conhecido como Carambola (motorista e servidor da prefeitura), Victor César de Oliveira (Secretário de Obras Prefeitura) e MoaciR Rocha de Mesquista (contratado da Prefeitura). Além deles estavam José da Serraria (primo do Prefeito), FRANCISCO ARIONE DE OLIVEIRA/PELADO (Funcionário Câmara Municipal), JANEQUELES DE OLIVEIRA (primo do Prefeito), além de três policias, mas estes não foram identificados. Todos fortemente armados, com 06 pistolas, 02 Escopetas (calibre doze) , 03 revólveres e 02 fuzis. Havia também muita munição. Foi um total de 13 armas apreendidas, incluindo armas de uso restrito.

O grupo armado foi abordado e preso nas proximidades da entrada da cidade de João dias. Ambos planejavam fazer um derramamento de sangue como vingança pela morte do prefeito e do ex-vereador, e isso só não aconteceu porque o policiamento estava na região.

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PM apreende duas arma de fogo e oito motocicletas na cidade de João Dias

190 RN Policiais do 7º Batalhão de Polícia Militar, lotados na cidade de João Dias, detiveram dois homens identificados como Sebastião Diniz e Francisco Diniz Mesquita de Oliveira.

Eles estavam de posse de dois revólver calibre 38 com 10 munições, duas armas brancas e uma motocicleta que foram apreendidas para averiguação. Todo material foi encaminhado para a Delegacia Regional de Polícia Civil e o Sebastião Diniz e o Francisco Diniz ficaram à disposição da justiça.