Segurança pública como política de estado: o exemplo que vem do sertão paraibano

O crescimento na taxa de homicídios no Brasil se torna significativo a partir da década de 1980. Em um primeiro momento, o aumento se restringe a grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

 A partir dos anos 2000, a alta  nos índices de homicídios migra para centros menores no Norte e no Nordeste, impulsionado pelo crescimento populacional e do PIB experimentados no período em estados de menor porte dessas regiões. A Paraíba e o Rio Grande do Norte inserem-se nesse contexto. 

 Levando-se  em conta dados publicados em 2013 pelo Instituto Mapa da Violência, no período de 10 anos compreendido entre 2001 a 2011, a taxa anual de homicídios na Paraíba  salta de 14,1 para 42,7 a cada 100 mil habitantes. Mais que triplicou. O estado avançou  da 21a  para a 3a posição no desonroso ranking nacional de homicídios. 

 No mesmo período, o Rio Grande do Norte viu sua taxa de homicídios disparar de 11,2 para 32,6 a cada 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS)  considera violência epidêmica quando o índice ultrapassa 10 homicídios por 100 mil habitantes. 

 O avanço nos índices de violência nesses estados levou os governantes, pouco a pouco, a serem cobrados por resultados efetivos. A polícia teve de ser encarada de forma profissional. 

 Em  2011, foi implantado o programa Paraíba Unida Pela Paz. Tinha por base outro projeto idealizado em Pernambuco, anos antes, com o nome Pacto Pela Vida. 

 Já no ano seguinte, a Paraíba teve a primeira redução na taxa anual de homicídios em muito tempo, interrompendo uma série histórica negativa que já durava 10 anos. 

 Em números absolutos, foram 1619 homicídios registrados em 2011 (recorde histórico no estado). Em  2016 foram 1322. Uma redução acumulada de 18,3% desde a criação do programa.

 Com o Paraíba Unida Pela Paz, a polícia passou a ser cobrada, de forma efetiva, por resultados  na  redução desses  índices e na elucidação dos casos. Reuniões periódicas passaram a ser realizadas com a presença do governador. Nelas, gestores da segurança pública viriam a ser diretamente cobrados. 

 Os policiais, por sua vez, passaram a receber prêmios semestrais pelos resultados na redução dos índices por região pactuada e bonificações a cada apreensão de arma de fogo.

 O maior ícone do programa em 2016  foi Patos, no sertão paraibano. A cidade conta com uma população de 107.067 habitantes, segundo último censo do IBGE. Dados disponibilizados pela 15a  Delegacia Seccional(Patos), apontam  índice de resolução de 88% dos homicídios ocorridos nesse último ano na cidade. 

 Dados da Secretaria de Defesa Social (SESDS/PB) mostram que houve uma redução de 58,6% nos homicídios de um ano para o outro na cidade de Patos (58 em 2015, contra 24 em 2016), sendo a maior queda  registrada em todo o estado. 

 Tamanha eficiência é explicada por uma peculiaridade da região. Sem vaidades, Polícia Civil e Militar trabalham em conjunto na busca pelos resultados. 

 Em março último, a Operação Sualk, em Patos, contou com a participação de 250 policiais, cumpriu mandados de busca e apreensão e 46 mandados de prisão, boa parte deles de indivíduos que já se encontravam presos.  

 O resultado dessa operação mostra que a repressão a esse tipo de crime, além de efetiva, tornou-se qualificada. Agora não apenas os executores de homicídios são punidos, mas também partícipes e mandantes, como chefes de organizações criminosas que atuavam de dentro dos presídios ordenando os crimes. 

 Paradoxalmente, os crimes patrimoniais avançam. Os investimentos em segurança pública são insuficientes em todo o país, apontam estudos. O cobertor é curto. 

 Fica claro que a segurança pública deve ser tratada com a seriedade que merece. As políticas públicas nessa área devem ser desenvolvidas e encaradas como verdadeiras políticas de estado, resultantes de uma tomada de consciência dos agentes políticos em conjunto com a sociedade, ultrapassando os períodos de determinado governo e não mudando em sua essência com a alternância de poder,  própria do regime democrático. 

Adjuto Dias Neto

Delegado de Polícia Civil/PB

Proposta Pornográfica

O que o relator da Reforma da Previdência está propondo chega a revoltar até mesmo o mais resignado dos resignados. Como se conformar com tamanha injustiça? Como calar ante tanta injustiça?
Pela proposta indecente que o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), vai apresentar, os atuais deputados e senadores seriam mantidos nas atuais regras, ou seja, podem se aposentar com poucos anos de serviço e com salários integrais. Somente os congressistas eleitos em 2018, com mandato iniciando em 2019, seriam atingidos pelas novas normas da Previdência e estariam sujeito ao teto de pouco mais de 5 mil reais.

NÃO HÁ PERÍODO DE TRANSIÇÃO PARA OS ATUAIS CONGRESSISTAS.

Ao saberem disto todos os ocupantes de cadeiras nas assembleias legislativas irão lutar pelos mesmos direitos, no que estarão certos.
Para os trabalhadores, muitos com mais de 30 anos de serviço, período de transição e aplicação do teto previdenciário. Para os deputados e senadores em exercício de mandato todos os direitos mantidos.
Acho muito difícil os trabalhadores aceitarem uma imundície como esta.
Ou as novas regras valem para todos ou não valem para ninguém. Ou o direito adquirido vale para todos ou não vale para ninguém.
Duvido muito que os membros do judiciário aceitem a reforma com a manutenção de privilégios para políticos que humilham a todos os trabalhadores.
Duvido os militares aceitarem serem regidos pela nova regra enquanto os políticos ficam de fora.
Se as novas regras atingem apenas os congressistas com início de mandato em 2019, que atinja também apenas os trabalhadores que ingressarem no mercado de trabalho em 2019.
Para todos os que estão no mercado de trabalho um única regra deve ser aplicada. Ou se respeita o DIREITO ADQUIRIDO de todos ou não se respeita o DIREITO ADQUIRIDO de ninguém.
O BRASIL NÃO SUPORTARÁ PRIVILÉGIO TÃO OBSCENO

Inácio Augusto de Almeida
Jornalista

Eleitores querem candidatos com maior poder de habilidades em gerenciamento de recursos

Não adianta, somente, dizer que vai fazer, que quer fazer, que tem pretensões em fazer a coisa funcionar, tem que mostrar capacidade e poder de gerenciamento, em tempos de crise ou em tempos de absoluta vantagem econômica.

Os eleitores vão exigir candidatos com posturas habilidosas, e quanto mais conhecedor dos problemas que vai enfrentar, melhor, a capacidade de gerenciamento de cada candidato está atentamente sendo observada pelo eleitor.

É fato que alguns candidatos na região do Seridó estão vendendo a alma, iludindo o povo com promessas bem peculiares, como àquelas que já conhecemos, sempre em troca de favores, o que sepulta qualquer mudança no plano gerencial.Mais >

A APOSTA

Por Inácio A. Almeida; jornalista/escritor e membro da Academia Ipuiense de Letras

De há muito o Mário de Almeida conhecia aquela dupla. Luís e Vicente eram o que se poderia chamar de dois tarados por apostas. De cuspe em distância, passando por placa de carro, até queda de avião, aqueles dois apostavam.

Porém, se o Mário pensava que sabia todo tipo de aposta, estava muito enganado.

– O que escolher primeiro escolhe apenas um. O outro escolhe dois.

-Eu escolho primeiro, gritou Luís.

E gritou de uma maneira tão agitada que chamou a atenção de todos os que estavam no bar do Jair Sampaio. Até mesmo Macaxeira esticou o pescoço para ver que grito era aquele. E foi pelo grito do Luís que o Mário teve a sua atenção despertada.Mais >