Comunidade católica silencia sobre opinião de bispo caicoense sobre homossexualidade
O bispo Dom Antônio Carlos Cruz Santos, de Caicó, gerou polêmica na comunidade católica quando afirmou em sermão, na última semana, que o “homossexualismo é um dom de Deus”. Apesar de o tema da relação homoafetiva não ser totalmente aceito na Igreja Católica, que preza pela união entre o homem e a mulher, Dom Antônio avaliou que a homossexualidade é uma orientação sexual que pode ser inerente, ou seja, adquirida desde o nascimento, e não uma cultura que se pode optar em adquirir.
Em seu sermão, Dom Antônio disse: “Na perspectiva da fé, quando a gente olha para a homossexualidade, não podemos dizer que é opção. Opção é uma coisa que livremente você escolhe, e orientação ninguém escolhe… Escolha vai ser a maneira como você vai viver a sua orientação… Se não é escolha, se não é doença, na perspectiva da fé, só pode ser um dom. É dado por Deus. Dom é isso: é dado por Deus”.
O Portal Agora RN/Agora Jornal entrou em contato com a comunidade católica potiguar para repercutir o pensamento do bispo Dom Antônio. O padre Antônio Murilo de Paiva, pároco na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Parnamirim, comentou apenas que compartilha da opinião da Igreja, em que não se deve discriminar as pessoas e, sim, respeitá-las como são.
“Minha opinião é a mesma da Igreja Católica, que é a de pregar respeito entre as pessoas; de não discriminar ninguém; não maltratar e não isolar as pessoas. O plano divino de Deus é de amar todo ser humano, e todo ser humano é de Deus”, disse o eclesiástico. O pensamento pode lembrar a alguns o entendimento do bispo, mas padre Murilo garantiu que sua convicção se resume apenas à da Igreja e afirmou que se baseia nos ensinamentos de Jesus Cristo.
A reportagem também entrou em contato com o arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha, que afirmou ainda não ter avaliado a nota produzida pelo bispo Dom Antônio em resposta à polêmica de suas falas. Consequentemente, Dom Jaime preferiu não se manifestar sobre o assunto, por ora. A mesma opinião foi dada pelo padre Antônio Nunes, da Paróquia de Nossa Senhora da Aparecida, no bairro de Neópolis. O sacerdote não quis comentar a atitude do bispo.Mais >