Temer: não vamos falar em crise, vamos trabalhar
Em cerimônia para dar posse aos seus 24 ministros, o presidente interino da República, Michel Temer (PMDB), fez seu primeiro discurso dialogando com o mercado financeiro. “Minha primeira palavra para o povo brasileiro é confiança; confiança na recuperação da economia nacional, nos potenciais do nosso país e na capacidade de, unidos, enfrentarmos desafios deste momento que é grande dificuldade”, declarou.
Temer disse que o momento não era de celebração, mas de profunda reflexão para “remover a incerteza da inflação dos últimos anos”. “A partir de agora não podemos mais falar em crise, vamos trabalhar.”
O presidente interino citou, para tanto, o incentivo às parcerias público-privadas. “Esse instrumento poderá gerar emprego”, justificou. “Sabemos que o Estado não pode tudo fazer, dependemos da atuação de setores produtivos. Ao Estado compete cuidar da segurança, saúde, educação, ou seja, dos setores fundamentais; o restante, será compartilhado com a iniciativa privada.”O peemedebista também falou de reequilibrar as contas públicas. “A primeira medida está aqui representada: eliminamos vários ministérios da máquina pública e não vamos parar por aqui; já foi encomendado um estudo para eliminar cargos comissionados em funções gratificadas”, pontou.
Lava Jato
Citado por delatores da Lava Jato, Temer falou da operação: “A moral pública será permanentemente buscada por meio dos instrumentos de controle e apuração de desvio; neste contexto, digo que a Lava Jato tornou-se referência e deve ter seguimento e proteção contra alguma tentativa de enfraquecê-la”.
Programas sociais
Temer fez questão de afirmar que isso não prejudicará os programas sociais que foram ampliados no governo Dilma. “O Brasil, lamentavelmente, ainda é um país pobre, portanto, vamos manter programas sociais como o Bolsa Família, Pronatec, Fies, Prouni, Minha Casa Minha Vida, entre outros, que são projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada”, acrescentou.
Dilma Rousseff
Sobre Dilma Rousseff, Temer foi sucinto e disse apenas que tem “absoluto respeito institucional” a presidente eleita. “Não vou discutir as razões pela qual ela foi afastada”, afirmou, concluindo que iria recuperar o que chamou de “cerimônia de palavras que não sejam propagadoras do mal estar entre os brasileiros, mas [propagadora] de pacificação e harmonia.”
Participaram do evento aliados que votaram a favor da abertura do processo de impeachment, como o senador e presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves.
A nova equipe ministerial tem uma reunião marcada para sexta de manhã com o presidente interino.
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