Teori homologa delação que fala em propina de R$ 52 milhões para Cunha
O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, homologou a delação premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal.
As informações contidas nos depoimentos devem complicar a situação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já foi considerado padrinho político de Cleto e participou de sua indicação para o cargo no banco. Além de Cunha, especula-se que Henrique Eduardo Alves, que pediu demissão nesta quinta-feira (16), e Geddel Vieira Lima sejam implicados nos fatos.Em abril, quando negociava a delação, Cleto confirmou para os procuradores a existência de pagamentos de propina para Eduardo Cunha em troca da liberação de verbas do fundo de investimento do FGTS para o projeto do Porto Maravilha. Segundo o ex-vice-presidente da Caixa, o deputado peemedebista cobrou propina de R$ 52 milhões da Carioca Engenharia.
Os relatos também foram feitos pelos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, no consórcio com a OAS e a Odebrecht.
“O congressista (Eduardo Cunha) tinha comprovada conexão com Fábio Cleto, então vice-presidente da instituição financeira federal e membro do conselho curador do FGTS”, registrou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em fevereiro, ao abrir inquérito contra Cunha no caso.
Cleto, que fazia parte da cota do PMDB como parte da base aliada do então governo de Dilma Rousseff, foi exonerado em dezembro do ano passado pela presidente, logo após Eduardo Cunha aceitar o pedido de impeachment contra a chefe do Executivo. Cinco dias depois da exoneração, a Polícia Federal fez uma operação de busca e apreensão que teve Cleto como alvo, durante a operação Catilinárias, um desdobramento da Lava Jato.
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