Thábata Mendes: “Não tenho nada melhor que Joelma, mas a garotinha de Mossoró vai estar sempre dentro de mim”

Thábata Mendes viu sua vida virando de cabeça para baixo no último mês com apenas uma ligação telefônica. A potiguar de 28 anos foi escolhida por Chimbinha para se juntar a ele na nova formação do Calypso, após a polêmica separação do guitarrista e Joelma.

O convite de Chimbinha veio como um baque. Ela, no entanto, não pensou duas vezes antes de falar “sim” e começar a trilhar o caminho do sucesso. De outubro até o fim de 2015, Thábata está trancada no estúdio, dia e noite, preparando o lançamento do novo projeto, previsto para janeiro — Chimbinha tem compromissos profissionais com Joelma até o dia 31/12.

Ao iG, por telefone, Thábata se emocionou ao falar sobre os primeiros passos da carreira à frente do Calypso. Mas entre uma revelação e outra sobre fama, vida pessoal e Joelma, prometeu uma coisa: “A garotinha de Mossoró vai estar sempre dentro de mim.” Leia a entrevista na íntegra:

iG: Como está sendo essa nova fase na sua vida?
Thábata Mendes: Eu estou vivendo algo sublime demais. Estou em um processo de transição superdiferente na minha vida. Só tenho a agradecer a Deus por tudo o que ele está me concedendo. É uma dádiva muito grande mesmo. Tudo mudou, né? As pessoas que gostam de mim, que me conhecem, estão torcendo muito. Está todo mundo se mobilizando e enviando energias positivas. Me emociona até.

iG: Teve algum momento em que a emoção falou mais forte?
Thábata Mendes: Em todo momento, em cada etapa, a cada passo que eu dou. Por exemplo, estamos em Recife gravando. Eu cheguei na sexta-feira e a gente começou o processo de gravação. A cada música que a gente grava é um choro, uma nova emoção.

iG: Como está sendo a preparação para sua estreia?
Thábata Mendes: Minha rotina mudou completamente. Tive que mudar treino, essa parte aeróbica que eu não era focada, era mais focada na musculação mesmo. Eu tive que dar uma intensificada e estou sentindo dificuldade agora no início por causa do processo de transição mesmo e tudo mais. Mas ainda estou conseguindo, uma vez ou outra dar um pula na academia.

iG: Porque no palco com o Calypso tem que ter muito fôlego, né?
Thábata Mendes: Sim. Graças a Deus eu atuei no axé, que me proporcionou um condicionamento legal. E mesmo quando eu parei de atuar no gênero, eu dei continuidade na academia. Então graças a Deus eu sou adepta a esse mundo fitness há muito tempo, mas nada comparado ao Calypso. Exige muito mesmo da resistência, mas eu estou conseguindo me preparar, voltei a dançar.

iG: Você sempre sonhou com a fama?
Thábata Mendes: Não. Porque na nossa profissão a fama é consequência do sucesso e eu sempre foquei no sucesso. Eu sempre quis que as pessoas conhecessem o meu trabalho, a minha musica, a minha obra. Se para conseguir o sucesso eu tenha que lidar com a fama, que ela seja bem vinda.

iG: Você se incomoda em expor a vida pessoal?
Thábata Mendes: Não, não me incomodo não. Sou tão tranquila. E assim, o pessoal está me proporcionando um equilíbrio, uma sabedoria tão grande para eu saber lidar com esse momento. Eu sabia que essa questão da vida pessoal seria invadida mesmo e eu não tenho o que esconder. Sou uma pessoa como outra qualquer, então não me incomodo não.

iG: Seu amigo nos contou que você é uma pessoa muito caseira?
Thábata Mendes: Sim, sou caseira ao extremo. Agora eu melhorei neste aspecto, antes eu me considerava antissocial mesmo. Eu melhorei um pouco, estou me permitindo mais agora. É importante existir um mundo paralelo. Como eu sempre foquei muito no trabalho, esquecia do lazer. Agora eu melhorei um pouquinho.

iG: É inevitável falar de Joelma. O que você acha das comparações entre vocês?
Thábata Mendes: Eu me sinto privilegiada. Desde pequena, sem demagogia mesmo – as pessoas acham que eu estou falando porque assumi essa posição na Calypso – eu realmente sempre acompanhei, sempre gostei muito do trabalho deles. Eu sempre admirei muito e sem sombra de dúvidas Joelma tem uma identidade muito singular, originalidade, muito peculiar mesmo. Admiro demais, sei cantar todas as músicas, sem exagero. Sempre fiz questão de prestigiar, sou fã. Se Deus quiser vai dar tudo certo na carreira dela.

iG: O que você pode oferecer de melhor que ela como performer?
Thábata Mendes: Não, eu não faço nada melhor que ela. Eu sou outra artista, com as minha qualidades. Acho que vou conseguir desempenhar bem o meu papel, mas com a minha essência aliada à essência do Calypso, que vai me ajudar a conseguir essa identidade, a completar a questão da identidade. Mas eu não tenho nada melhor que ela. Eu sou uma artista totalmente diferente. E isso não quer dizer que é melhor ou pior.

iG: Como foi a aproximação com o Chimbinha?
Thábata Mendes: Foi coisa de cinco anos atrás. Foi Marquinhos Marael, ele é um compositor e diretor musical muito famoso, muito popular aqui em Pernambuco e a nível nacional também, e eu sempre gravei com com ele. Desde que me entendo por gente eu gravo aqui em Recife, ele sempre assina minhas obras. Foi ele quem apresentou meu EP ao Chimbinha. Chimbinha gostou e idealizou um projeto paralelo comigo, que seria de forró pop, se eu não me engano. Mas o Calypso tava numa fase de ascensão, e ele estava muito focado no Calypso e não deu para concretizar esse projeto. E aí quando aconteceu tudo isso, ele entrou em contato comigo – há cerca de um mês, mais ou menos – ele lembrou da garota lá de Mossoró e pronto. Está tudo se concretizando da melhor forma.

iG: Como está a dinâmica de vocês no estúdio?
Thábata Mendes: Está ótima. Ele é perfeccionista mesmo, é exigente mas sabe externar. Ele passa para mim da melhor maneira possível. Então não tem como eu absorver de uma maneira negativa, pelo contrário, está sendo muito bom, estou aprendendo muito. Estamos com a direção musical de César Lemos, e é um diretor renomado, gravou com várias estrelas já. Me sinto privilegiada de estar gravando com ele e estou aprendendo demais.

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iG: Em meio a tantas especulações sobre o que aconteceu entre ele e Joelma, você não teve receio de aceitar a parceria?
Thábata Mendes: Não tive receio porque eu tenho Deus na minha vida e sei que ele está à frente de tudo isso. Então não tenho com o que me preocupar. Eu atendi ele prontamente porque eu só penso no meu trabalho. É uma oportunidade irrecusável, uma oportunidade única, eu só vejo Deus abrindo as portas para mim. E eu tenho que aproveitar essa chance, essa abertura, e agarrar com unhas e dentes. Vou fazer o que estiver ao meu alcance para que o trabalho seja reconhecido.

iG: Considerando que Chimbinha e Joelma ficaram juntos por tanto tempo, os fãs não deixam de especular um envolvimento entre vocês. Você daria bola para ele?
Thábata Mendes: Não, definitivamente não. A nossa relação amorosa é nesse sentido profissional, artístico, musical, nada além disso. Vocês são horríveis (risos). Mas tudo bem, eu sabia que viria esse comentário.

iG: Como você acha que a sua vida vai mudar?
Thábata Mendes: Muita coisa. As atenções estão voltadas para a gente. Esse processo está sendo lento e muito sigiloso porque a gente quer fazer o melhor possível. Se a gente realmente conseguir gravar algo interessante, se a gente conseguir faz um trabalho diferenciado, não tem por que não agradar. Novamente a questão das atenções estarem voltadas para a gente. Acho que a partir daí tudo pode mudar. Agora eu estou em visibilidade por causa dessa polêmica toda, tenho consciência disso. Mas minha preocupação é mostrar o meu trabalho, que realmente eu posso ser reconhecida pelo que eu faço. Com a minha voz, com o meu trabalho, com a minha banda. Essa é minha preocupação, minha vontade de mostrar que a gente pode se consolidar no mercado.

iG: E o que fica da menina de Mossoró?
Thábata Mendes: Tudo. A essência prevalece. Deus que está me proporcionando tudo isso, eu não posso deixar de citá-lo não. O que “ele” mais admira é a humildade, a simplicidade. Eu vou continuar sendo quem eu sou. Eu tenho que honrar essa oportunidade. A garotinha de Mossoró vai estar sempre dentro de mim.

iG: E a primeira música, vocês já escolheram?
Thábata Mendes: Você não tem noção. São tantas músicas lindas, uma melhor do que a outra, que estamos doidos aqui para escolher a música de trabalho. Diz Chimbinha que ele já sabe qual vai ser a música de trabalho, mas acho que ele não sabe não, porque são tantas! Estamos com um leque de opções, tão diversificadas e com tantos compositores. Ficamos a noite toda gravando, vara a madrugada e essa galera toda acompanhando a gente durante todo esse processo. Muito empenho, muita dedicação, está todo mundo colaborando e eu acho que vai ficar massa.

iG: A sua mãe, dona Taciana, está orgulhosa?
Thábata Mendes: Dona Taciana está famosa (risos). Ela está orgulhosa sim. Como eu sempre sonhei com isso desde muito pequena e já era muito convicta do que queria ser, ela acompanhou toda a minha trajetória, sabe tudo que eu passei, que não foi pouca coisa – já passei por muitas frustrações – então ela acompanhou tudo. E está vendo agora as portas se abrindo. Tudo é no tempo de Deus mesmo e ela está feliz, com certeza.

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