UFRN pesquisa uso da Cannabis

A decisão da Justiça Federal também autoriza que os laboratórios da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sejam utilizados para estudo e manuseio do material que será importado e produzido para tratamento da idosa. Um dos documentos apresentados pela defesa da idosa foi uma declaração do diretor do Instituto do Cérebro da UFRN, Sidarta Ribeiro, sobre os benefícios da Cannabis para a Doença de Parkinson.

O neurocientista e diretor do Instituto do Cérebro do da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Sidarta Ribeiro defende o amplo debate sobre o uso da Cannabis Sativa para combater generalizações e a criminalização. “Existem evidências de que a cannabis tem valor terapêutico desde o século 19. O que existe é uma proibição por razões políticas e econômica que acabam tendo um impacto negativo nas pessoas. Nos pacientes que deveriam estar tendo acesso e nos usuários recreativos que sofrem todo tipo de constrangimento por parte da polícia como dos traficantes com quem interagem. A guerra as drogas é a droga mais pesada”, defende o cientista. Diante do debate, Sidarta Ribeiro se posicionou a favor da legalização com regulamentação.

O cientista alertou para o uso da Cannabis para tratamentos oncológicos anti tumorais. Segundo Sidarta, os cientistas estão preparados para o debate, o meio médico é menos informado e por vezes emite opiniões “equivocadas”. “Existem interesses comerciais por trás desse debate. Quando a Cannabis for legalizada, vai tomar o mercado de muitas drogas que são lícitas. Dos tranquilizantes, um pouco do álcool, tabaco e é uma planta que pode se plantar em casa. As pessoas que lutam pela legalização não podem achar que a droga é boa para todo mundo. Exitem grupos de risco, pessoas que não devem usar. Mas esse fato não impede da substância ser disponibilizada”, disse Sidarta Ribeiro.

Barroso
Em artigo publicado no jornal inglês ‘The Guardian’, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a legalização de drogas no Brasil. No artigo, Barroso afirma que a atual política antidrogas “apenas destrói vidas”.

“Por décadas, o Brasil mantém a mesma abordagem para política de drogas. Polícia, armas e numerosas prisões. Não é necessário ser um especialista para concluir o óbvio: a estratégia falhou. O tráfico e o consumo de drogas apenas cresceram”, diz Barroso no artigo. “Einstein é creditado com uma frase –que, entretanto, aparentemente não é dele– que se aplica bem a este caso: insanidade é fazer a mesma coisa de novo e de novo e esperar resultados diferentes”.

Para o ministro, “a insanidade desta política é notável: destrói vidas, gera piores consequências para a sociedade,é cara e não tem impacto no tráfico de drogas. Apenas superstição, preconceito ou ignorância poderiam fazer alguém achar que isso é eficaz”.

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