Walter Delgatti Neto admite tentativa de hackear Moraes
O hacker Walter Delgatti Neto afirmou que tentou invadir o celular do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Em áudios obtidos pelo site The Brazilian Report, Delgatti tenta convencer uma pessoa a ajudar no plano e promete um valor de R$ 10.000, a ser pago em bitcoin.
Nos áudios trocados pelo Telegram em 2022, o hacker diz que pretendia clonar o celular de Moraes e, dessa forma, ter acesso ao e-mail do magistrado, onde procuraria informações comprometedoras. Delgatti afirma que teria gente por trás para pagar pelas informações.
“A ideia é subir [o chip] e eu pegar o e-mail dele [Alexandre de Moraes]. Aí tipo, tem um pessoal que vai pagar aqui por trás e eu consigo te dar aí uns 10 K [R$ 10.000]. Fácil”, afirmou o hacker em áudio.
Confrontado pela jornalista Amanda Audi, do The Brazilian Report, Delgatti confirmou que a voz nos áudios é sua. Na reportagem, ele também informou trabalhar para a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) desde agosto de 2022.
O hacker afirmou que presta serviços de administração de redes sociais e de site para a congressista, e recebe um salário de R$ 6.000. Segundo ele, Zambelli não tem relação com o plano de roubar os dados de Alexandre de Moraes.
“O pessoal da esquerda que me ajudava parou de me ajudar e eu falei: ‘Carla me ajuda aí, me dá um emprego’. E ela falou: ‘beleza, tenho um contrato aqui com o pessoal que cuida do site e das redes sociais que vai encerrar e se você cobrir, o valor eu te contrato’. E foi isso. Eu presto serviço pra ela direitinho, tem tudo detalhado”, contou Delgatti.
Segundo a reportagem do The Brazilian Report, a deputada negou qualquer relação com Delgatti, mas depois de saber que o hacker gravou a informação, só disse que “não tem qualquer relação com Walter no que tange grampear o Moraes”.
O Poder360 tentou contato com a assessoria de Carla Zambelli, mas não obteve retorno até a publicação deste. O espaço segue aberto para manifestação.
Walter Delgatti Neto ficou conhecido após hackear o celular de diversas autoridades em 2019, dentre eles o do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro (União Brasil-PR), hoje, senador, e do ex-procurador da força-tarefa da operação em Curitiba Deltan Dallagnol, atualmente deputado federal pelo Podemos.
No episódio, que ficou conhecido como “Vaza-Jato”, o hacker vazou as informações sobre os bastidores da Lava-Jato para o The Intercept Brasil.
Poder 360
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